a pele é uma atrocidade
a pele é a mais atroz das belezas humanas
uma rosa vermelha passeando pela pele dessa mulher em que você se transformou
é minha poesia
um rosa vermelha passeando pelos lábios dessa mulher em que você se transformou
é minha poesia
(a beleza desconcertante da pele)
beber vinho na pequena taça do teu umbigo
a leveza líquida da pele
dormir em ti
dentro
e ter você dentro da minha boca
sentindo, forte, linda
eu escrevendo com minha língua
poemas de amor sobre a tua pele repleta de cheiros
sobre a tua pele encharcada de desejos
quero saber teu sabor
quero ver a tua pele, ma petit cherry
ver toda a tua pele, ma petit mort
quero sentir o abraço de tuas pernas
me arranhando com a boca
me mordendo com as unhas
afogada entre minhas vértebras
à deriva sobre minha pele
deslizam sobre a pele
dedos e lençóis
hipnose da epiderme
quero você dentro da minha boca
minha língua passeando
pelo umbigo que anuncia entradas secretas
das mãos que começam o paraíso
que afastam os véus do ocultamento
quero você apertada contra mim
debaixo de mim
sobre mim
de costas pra mim
até me derramar em ti
o cheiro da tua pele agridoce
úmida
e quente
ofegante de mim
há partes secretas no corpo
sob os pêlos
debaixo dos dedos
molhada como lençóis freáticos
nua
só a tua pele alva
branca
substituta das luas
satélite dos meus desejos
te dou um banho de mim
até que eu possa encher a pequena taça do teu umbigo
vc quer me beber?
revela pra mim tuas obscuridades
deixa que eu te contemple como a mais sagrada e profana natureza
deixe que meu olho se delicie com a luz da tua pele branca
deixa que minha memória se alimente de ti
deixa que minha alma se recorde de ti
de ti e de mim
inteiro deitado sobre a tua pele
sobre o mar luminoso de teus poros de leite
tua pele macia e quente
me pedindo
me implorando
pra ser penetrada
pra ser tocada
contemplada
ilumina de vez tua gruta escondida e úmida
eu quero senti-la nos olhos
deixa eu sentir no sabor da tua sombra a força que há nos desejos
eu te invado os sonhos dessa noite
te invadirei como um rio de orgasmo que te encherá o corpo e a alma
com a pureza de um desejo cravado como espinho na minha alma de carne
de que sua alma é feita?
sob teus braços
sob teus abraços
mergulhado na tua carne
eu me afogo nos poros que se abrem
e te me entregam
com a força dos desejos inteiros
com a força dos desejos antigos
eu, com minha língua de poesia,
te penetro inteirinha
em todos os sentidos
com todos os sentidos
condensados
a dizer que eu vim só dar
despedida...
a palavra é o mundo em miniatura, um silêncio que aparece. as palavras são sementes de sentido.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
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13 comentários:
"Perfeito pode ser um choro, ou um sorriso. Perfeito pode ser viajar, ou ficar em casa. Perfeito pode ser um momento, ou uma vida inteira. Pode ser um beijo, um amor de muitos anos. Perfeito sempre é o seu. É o que não é esperado, ou o que é muito esperado. Perfeito é a forma que dura muito, ou a que não dura nada. É o que você vê, ou o que não vê. Perfeito pode ser ensaiado, ou improvisado. Pode ser o doce, ou pode ser salgado. Perfeito pode ser uma palavra, ou um número. Perfeito é tudo aquilo que nos faz bem e que sem saber porquê, a gente reconhece na hora..."
esse poema é apenas perfeito!!!
Eiiiiiiitaaaaaaa!! Arrasou!!!
Sem maiores comentários.
O que não se diz... fortemente é sentido.
Tu é o cara!
essência interior
teu poema tem corpo.
tenho lido tanto caio fernando,
quase um vício,
necessidade diária dele.
e não sei explicar por que,
lembro de ti.
Grande, né não?
putz!! leuô...maravilha! que coisa mais quente mora dentro desses versos-ventre que me estremecem aqui...
aiai...lindo!
tem alma!
volta a escrever poeta!
foi a ultima noite mesmo!! :(
Noooosa... Arraso! Meus sinceros parabéns...
A pele
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