Ontem,
descobri que sou feito de amanhãs.
Hoje,
descobri que sou feito de ontens.
a palavra é o mundo em miniatura, um silêncio que aparece. as palavras são sementes de sentido.
sábado, 12 de junho de 2010
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Eu espelho
Eu estou longe,
onde não consigo ver.
Longe de ser novo.
Longe de ser outro.
A imagem é a mesma,
no espelho,
eu vejo, eu ouço.
Repito gestos milenares
como quem não tem controle
do que sou ou do que faço,
como quem ainda não existe,
como quem ainda não deu um passo.
Estou antes de existir, contudo.
Antes de antes de existir o mundo.
Pressinto a vergonha de minha mãe virgem
a brincar e boneca,
antes de sonhar que eu pudesse
algum dia, quem sabe, talvez, vir ter com ela aqui.
Eu sou longe, antes, muito antes...
Sou marca velha e apodrecida
de pegada antiga
(esmagamento de alma).
Estou longe de ser novo.
Longe, longe de ser outro.
E eu que sonho em destruir as estradas e construir pontes, Uirá,
caminho pelo caminho pisado,
tantas vezes,
que já nem existe mais,
é um buraco.
Em mim, a existência arranhada
dos vinis engasgados.
Em mim o gesto gago,
entalado na mesma sílaba.
Continuo tropeçando no mesmo passo
tantas vezes ensaiado.
Estou longe de ser novo.
Lágrimas que eu chorei
bebem-nas meu filho.
Gritos que ouvi,
engolem-nos meu filho.
O vazio que me possui
devasta meu filho.
Protejam-no de mim,
por Deus,
que estou louco.
EternaMente enlouquecido.
onde não consigo ver.
Longe de ser novo.
Longe de ser outro.
A imagem é a mesma,
no espelho,
eu vejo, eu ouço.
Repito gestos milenares
como quem não tem controle
do que sou ou do que faço,
como quem ainda não existe,
como quem ainda não deu um passo.
Estou antes de existir, contudo.
Antes de antes de existir o mundo.
Pressinto a vergonha de minha mãe virgem
a brincar e boneca,
antes de sonhar que eu pudesse
algum dia, quem sabe, talvez, vir ter com ela aqui.
Eu sou longe, antes, muito antes...
Sou marca velha e apodrecida
de pegada antiga
(esmagamento de alma).
Estou longe de ser novo.
Longe, longe de ser outro.
E eu que sonho em destruir as estradas e construir pontes, Uirá,
caminho pelo caminho pisado,
tantas vezes,
que já nem existe mais,
é um buraco.
Em mim, a existência arranhada
dos vinis engasgados.
Em mim o gesto gago,
entalado na mesma sílaba.
Continuo tropeçando no mesmo passo
tantas vezes ensaiado.
Estou longe de ser novo.
Lágrimas que eu chorei
bebem-nas meu filho.
Gritos que ouvi,
engolem-nos meu filho.
O vazio que me possui
devasta meu filho.
Protejam-no de mim,
por Deus,
que estou louco.
EternaMente enlouquecido.
terça-feira, 8 de junho de 2010
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