Tendo abraçado o inevitável, perdi o medo. Vou lhes contar um segredo sobre o medo: ele é um absolutista. Com o medo, é tudo ou nada. Ou bem, como um tirano arrogante, ele manda na nossa vida com uma onipotência estúpida, que nos torna cegos, ou bem a gente o derruba, e seu poder se esvanece em fumaça. Mais um segredo: a revolução contra o medo, a trama que leva à derrubada daquele déspota ridículo, não tem muito a ver com a tal da "coragem". O que a impele é uma coisa mauito mais direta: a necessidade pura e simples de tocar a vida para a frente. Parei de ter medo porque, se minha passagem pela terra seria breve, eu não tinha tempo de ter medo.
(Salma Rushdie. O último suspiro do mouro, p. 174)
a palavra é o mundo em miniatura, um silêncio que aparece. as palavras são sementes de sentido.
quarta-feira, 2 de julho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
em cronópios
- Até a morte pequena de todas as memórias
- A poética do estranhamento (parte I)
- Por uma nova História da Literatura Brasileira
- Língua e Identidade
- O livro dos mais pequenos silêncios
- la mort du fou
- Subjetividade e Objetividade nas Ciências Humanas
- O poeta como guia da humanidade
- A formação e o Sentido do Brasil em Jorge Amado e Aluísio Azevedo
- Página de Óbitos
em corsário
minha estante
- a semente (meu fotolog)
- blog do joao pedro
- Cabidela da Laura Castro
- dramophone
- Edson Cruz
- Experiências Musicais
- Farol de Perdição (Sheyla)
- Hugo Metanoiado
- José Leite Neto
- Jéssica Giambarba
- km einstein
- linda graal
- luciano bonfim
- luiz reis DF
- meTamorfose ambuLante
- mirando a mídia
- mínima víscera
- o quarto das cinzas
- poesia maloqueirista
- Tertulia
- the sweetest candies
- uma escada para o nada
- Unidade Escrita (João Vicente)
2 comentários:
oi léo;
Muito interessante esse trecho citado. Um outro fato curioso é que nós,seres humanos,também sentimos prazer no medo.Como dizia Cecília Meireles: “A solidez da terra, monótona, parece-nos fraca ilusão. Queremos a ilusão do grande mar, multiplicada em suas malhas de perigo...”
também tento não deixar que o medo acabe com o que há de mais precioso na minha vida: a capacidade de correr o risco!
bjo.
goodbye.
"...a necessidade pura e simples de tocar a vida para a frente. Parei de ter medo porque, se minha passagem pela terra seria breve, eu não tinha tempo de ter medo."
muito bom o texto,não conhecia.
www.carimbador-maluco.blogspot.com
Postar um comentário