domingo, 10 de maio de 2009

não sei se esse poema é meu, mas parece e está no meu computador...

Sou parte da lembrança das pessoas, nunca fui de fato.
A criança em mim adormecida se esmera no colo do tempo - que se liquefaz na fria fuselagem das horas.

O tempo, esse fantasma cego que nos persegue e assombra - implacável e alheio a nossa vontade - extermina a pureza dos corpos, que se põem a exalar olor de desejo.
Oh! o Desejo!
O que seria de nós sem este deus nada melindroso?
Poderíamos envelhecer desapropriados da culpa de termos que ser essa alegoria perversa e cruel.

O avesso das coisas.
(eternos escravos destes olhos cegos que nada vêem)

O poeta que em mim habita é apenas a triste alegoria de palhaço fantasiado de homem - esta arquitetura por terminar.

Edifico-me na incerteza do mundo
No mistério que as coisas têm.

Tenho andado por todos os cantos
Contemplando a lei natural dos encontros.
Sou este refém do inexplicável – que me amadurece e conforta.
Por isso tenho a coragem de jogar-me no mundo

A coragem de quem anda sempre com mais de uma verdade no bolso.