"O poeta convalescente
distribuindo os prospectos
sobre o alarido da enfermaria
apesar da dor, larga-se ao sonho
está desperto
sob os brios do clorofórmio
acesso em sua pesquisa
diária de não vir a sucumbir.
O poeta padecendo
convalesce a nós todos;
não desce já aos Campos Elíseos
ocupado que esteja
sondando o remédio universal.
Gravemente nos convova
para a contenda irremediável
silenciosa abaixo dos holofote:
o poeta não-bélico, mas cândido
cândido sob árvores nuas
vai apascentando cuidados
repartindo luzes
de órfão cidade
guiando lúgubres lustres
à custa do século inumerável.
(chico vieira, dezembro de 2 mil e 3)
a palavra é o mundo em miniatura, um silêncio que aparece. as palavras são sementes de sentido.
sexta-feira, 4 de maio de 2007
quinta-feira, 3 de maio de 2007
quarta-feira, 2 de maio de 2007
para clarice
a memória é para estar dentro. no pensamento, transformando a gente em força ou na palavra, transformando a gente em tempo. a imagem trai a memória. não preciso de fotografias. pra te ver, fecho os olhos e você.
Dizem as más línguas que viemos pra esse mundo por um segundo de felicidade. Um segundo que é sempre o primeiro porque não se repete. Momento além do qual todas as outras formas de estar bem, de ficar bem terão sido no final tentativas vãs de aproximação desse primeiro segundo, desse instante fundador. Mas ele é único. Um momento que tem pra todo mundo, nem que seja por um segundo. E pra poder chegar pra todo mundo, não pode ser muito demorado, não. Só a felicidade possível. Uma gota de prata necessária como prova de que existimos realmente, de que tínhamos vivido; pra que quando a gente chegasse às margens do rio do esquecimento que tem depois que a gente morre, a gente pudesse lembrar uma última vez, ainda. O mínimo possível, o máximo para nós. Dizem que viemos só por esses momentos.
Dizem as más línguas que viemos pra esse mundo por um segundo de felicidade. Um segundo que é sempre o primeiro porque não se repete. Momento além do qual todas as outras formas de estar bem, de ficar bem terão sido no final tentativas vãs de aproximação desse primeiro segundo, desse instante fundador. Mas ele é único. Um momento que tem pra todo mundo, nem que seja por um segundo. E pra poder chegar pra todo mundo, não pode ser muito demorado, não. Só a felicidade possível. Uma gota de prata necessária como prova de que existimos realmente, de que tínhamos vivido; pra que quando a gente chegasse às margens do rio do esquecimento que tem depois que a gente morre, a gente pudesse lembrar uma última vez, ainda. O mínimo possível, o máximo para nós. Dizem que viemos só por esses momentos.
a voz
o sentido é a música da palavra.
o sentido ensina a libertar-se do corpo.
cantar...
... é libertar o sentido.
o sentido ensina a libertar-se do corpo.
cantar...
... é libertar o sentido.
Assinar:
Postagens (Atom)
em cronópios
- Até a morte pequena de todas as memórias
- A poética do estranhamento (parte I)
- Por uma nova História da Literatura Brasileira
- Língua e Identidade
- O livro dos mais pequenos silêncios
- la mort du fou
- Subjetividade e Objetividade nas Ciências Humanas
- O poeta como guia da humanidade
- A formação e o Sentido do Brasil em Jorge Amado e Aluísio Azevedo
- Página de Óbitos
em corsário
minha estante
- a semente (meu fotolog)
- blog do joao pedro
- Cabidela da Laura Castro
- dramophone
- Edson Cruz
- Experiências Musicais
- Farol de Perdição (Sheyla)
- Hugo Metanoiado
- José Leite Neto
- Jéssica Giambarba
- km einstein
- linda graal
- luciano bonfim
- luiz reis DF
- meTamorfose ambuLante
- mirando a mídia
- mínima víscera
- o quarto das cinzas
- poesia maloqueirista
- Tertulia
- the sweetest candies
- uma escada para o nada
- Unidade Escrita (João Vicente)