sábado, 14 de abril de 2007

E tu, espírito que movimenta esta carne que agora escreve? E tu? Quantos séculos te habitam? Quantos séculos têm tuas experiências que se acumulam e se aglutinam a transformar-se em verdades que ora aprecio, ora repugno? Quanto há de sofrer esta carne, teu veículo de intervenção neste mundo? parece-me que estás sempre dormindo e como pastas de arquivos de computador, tu guardas a experiência, a consciência acumulada em tanta dor. Quando desaparecer o corpo, tu retornará para dormir um sono sem sonhos, mas, como sempre, a dormir. Afinal, morrer é apenas um sono sem sonhos. E que sou eu senão a intersecção de ti e dessa carne que agora tomo emprestada? Assim, percebo que sou teu aprendiz e que sem ti não sou nada. Mas tu, que sempre existiu, e que se pôs a dormir eternamente, esquece-se de impor-se, porque és diferente, indiferente a tudo o que existiu antes de ti: o universo. A senha que és é, assim mesmo, indiferente, tolo, porque sozinho e nu

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