fortaleza ainda é uma cidade
Não somos um porto, tampouco uma ponte, estamos perto de antenas - fico sempre pensando sobre essa cidade, fortaleza dos poetas, ou melhor, plantações de poetas - do hermetismo de eduardo jorge à loucura de mário gomes, de marcelo bittencourt à ylo barroso - ao alcides pinto e seus punhais - ivaldo e uirá dos reis - nuno gonçalves - e tantos tantos outros - todos encurrulados nessa cidade sem fronteiras.
temos os alpes, o dragão, o noise, o chorinho, jardim iracema, ideal, benfica, praia iracema. titã. internete e o cerco dela, o trema, as mesas de bares.
essa reflexão tem um traço geográfico - fortaleza é uma cidade - ilha. todas as cidades estão a mais de 500 km - é um cerco solitário.
é muito fácil entender nosso desentendimento - basta recorrer a história passada : nossos índios não se entendiam nunca, eram bravos e gostavam de mocororó e pajelança e guerra e cangaço - e nada de entendimento com eles mesmos, com os portugueses, franceses, holandeses ...
nada ! do cunhadismo do darcy só pegamos a primazia da chegada, depois, mau agouro e brutalidade.
basta ver na comida e no escárnio.
um gringo chega e quando passa a ser tratado de filho da terra, é fio da égua para todos os lados. te alue amarelo.
em raros momentos, nos reunimos, mas esse momento sempre foi de força e de forca, foi nos tempos "do nascimento da nossa academia de letras e ciências", na padaria espiritual, no movimento modernista cearense, na massafeira, na parafernália e penso que agora. muito populismo - é preciso.
amanhã, teremos o lançamento do livro de léo mackellene de fortaleza e do mundo.
amanhã - ele vai pegar cada pedacinho de fortaleza e colocar debaixo do braço e levar mundo a fora - como tantos outros fizeram ...porque santo de casa não faz milagre, só quando chega de são paulo, como o santo glorioso cidadão instigado.
vai levar com ele a corsário, os poemas, os videos que mostrará na viagens para seus amigos da estrada. quem sabe não volte vitorioso do circuito como os nossos caixeiros-viajantes dos tempos do nomadismo e dos árabes.
é isso, amanhã terá tudo para a casa do grande henrique dídimo reviver esses momentos que a história pára com os encontros da pajelança:
uirá dos reis, eduardo jorge, julio lyra, mardônio frança, ayla andrade, ylo barroso, pedro salgueiro, carlos emílio correa lima, joyce, wilton matos, italo rodrigues, muitos muitos a lista vai p'ra lá de setenta.
henrique dídimo irá fazer um documentário daqueles.
m. frança
www.corsario.art.br
a palavra é o mundo em miniatura, um silêncio que aparece. as palavras são sementes de sentido.
terça-feira, 12 de junho de 2007
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2 comentários:
Quem é a mulher da capa do seu livro?
lembrei de uma autor chamado Horácio Dídimo que conheci por rodrigo marques.
fazendinha, uma dos melhores livros infantis que li.
http://dionisios.zip.net/
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